sexta-feira, 7 de julho de 2017

ACADEMIA TA CARA?

Tenho observado diversas academias baixando seus preços em função da crise, problemas de gestão entre outras situações. Meio receio com esses procedimentos são: Menos investimento na qualidade do seu equipamento, menos investimento na capacitação dos seus profissionais, diminuição dos valores pagos aos profissionais levando a falta de incentivo profissional.  E até mesmo o fechamento da mesma deixando diversos profissionais sem emprego e alunos sem academia. 
Creio que a sociedade em geral tem uma parcela de culpa não querendo investir mais na sua saúde através da prática de exercícios orientados por profissionais de Educação Física. Muitas vezes é uma questão de prioridade de investimentos.

TODO ES POSIBLE


EDUCAÇÃO FÍSICA CREF1





Pratique exercícios somente orientado por Profissionais de Educação Física devidamente registrado nos seus CREFs

TOCHA OLIÍMPICA RIO 2016






Foi um prazer poder conduzir a chama olímpica representando todos os profissionais de Educação Física na RIo 2016

CURSO PERSONAL TRAINER

Convido todos a participarem do curso de Personal Trainer em Juiz de Fora, onde serão abordados diversos temas inéditos sobre: Gestão, controle financeiro e venda do serviço de personal. Treinamento funcional aplicado a diversos tipos de lesão e suas aplicabilidades práticas. As novas estratégias de programas de emagrecimento como Cross Trainning, HIIT, HIT entre outros. Treinamento para hipertrofia com sucesso. 
Não perca essa oportunidade!!! 

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

EVENTOS QUE VÃO MUDAR SUA CARREIRA PROFISSIONAL

Em 2015 diversos eventos vão proporcionar aos profissionais da saúde novos conhecimentos e possibilidades de um crescimento e maior valorização.
 Para maiores informações procure o nome EAFS no Facebook
 www.conaff.com.br

NÃO PERCA TEMPO E SE MANTENHA ATUALIZADO EM SUA PROFISSÃO!!!

2015


VAMOS APROVEITAR PARA COMEÇAR A FAZER UM EXERCÍCIO PARA TER UM 2015 COM MAIS SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA.

sábado, 8 de novembro de 2014

CROSS FIT



Fico muito preocupado quando textos como o que se encontra abaixo (O Segredo sujo do Cross Fit) aparecem com muitas evidências na  net. A verdade é tudo que é moda tende ao exagero e muitas vezes os exageros levam a lesões sérias muitas vezes com sequelas irreversíveis.O Cross Fit é mais umas dessas modas que aparecem e muitos acabam exagerando na forma de utiliza-lo, seja na busca de resultados estéticos ou simplesmente pelo lado competitivo. Muitas vezes o conceito e os objetivos de algumas modalidades nem sempre estão direcionados a saúde e a qualidade de vida. Creio que a melhor forma de resolver todos esses modismos e valorizar a presença de um profissional de Educação Física experiente, que possa organizar o volume, intensidade e a segurança do treinamento para aqueles que o pratiquem não só consigam seus resultados, mais também melhorem sua saúde e qualidade de vida.

O Segredinho Sujo do CrossFit
Todo mundo têm um tio que não querem que você conheça.
Permita-me apresentá-lo ao Tio Rabdo, o perturbador mascote não-oficial do CrossFit. O Tio Rabdo é um personagem de cartum citado com frequência na literatura do CrossFit, representando uma preocupante tendência entre os seus praticantes.
Ele é um palhaço. Literalmente.
O cartum do “Tio Rabdo” mostra um palhaço exausto, embora musculoso, conectado a uma máquina de diálise, próximo a alguns equipamentos de ginástica. Preocupantemente, seu rim caiu e permanece jogado ao chão, junto com uma porção dos seus intestinos. Há uma poça de sangue debaixo dos seus pés, mas não fica claro se é devido à queda dos intestinos, à irrigação arterial de seu rim ou a uma série de fasciotomias pelas quais ele foi aparentemente submetido. O Tio Rabdo, obviamente, sofre de Rabdomiólise.
A Rabdomiólise, além de ser uma palavra que soa delicadamente agradável e melódica, é uma doença séria, desagradável e potencialmente fatal causada por um colapso catastrófico das fibras musculares. Iremos entrar em detalhes em breve. Mas antes, vamos ouvir uma história.

Uma história de Rabdomiólise


Um dia, uma jovem colega fisioterapeuta, em ótima forma, foi fazer CrossFit. Ela já havia feito várias vezes antes. Em uma noite de calor no Texas, ela realizou um treino com uma parceira, no qual cada uma se revezava fazendo séries de 10 para cada exercício. O treinamento incluía flexões. Em grande número. Também foi incluída uma quantidade enorme de exercícios de desenvolvimento com barra.
Ela realizou centenas de repetições em cada exercício. Foi uma campeã!
“Eu não queria ficar atrás da minha parceira. Normalmente, teria descansado um pouco, mas o treino em parceria me fez continuar.”





A maioria das vítimas de rabdomiólise são pessoas em ótima forma. Não é uma doença que ataca novatos fora de forma que exageram no treino. (Foto de Victoria Garcia, via Flickr)

Essas duas atividades trabalham intensamente o tríceps. Assim, ela não se surpreendeu quando sentiu seus braços belos e bem trabalhados como duas tigelas de gelatina ao voltar para casa depois do CrossFit. Talvez fosse o calor. Talvez fosse o grande número de exercícios que ela fez. Os seus músculos estavam em crise. Ela aplicou gelo e se hidratou quando chegou em casa, como qualquer pessoa responsável que se exercita, mas o estrago já estava feito.
Nós, fisioterapeutas, somos como máquinas altamente precisas para a detecção de reações normais e anormais ao exercício e à atividade física. A pergunta “É normal sentir dor fazendo isso?” é uma que respondemos centenas de vezes durante a semana. Às vezes, a resposta é “sim”, e incentivamos o indivíduo a continuar o exercício. Outras vezes, é um sinal para descansar e dar início a um processo de recuperação. A detecção de sinais é um dos aspectos que estão profundamente ligados ao trabalho dos fisioterapeutas. Não podemos evitar. Assim, quando minha amiga acordou na manhã seguinte, seu alarme de reação anormal disparou. Ela não conseguia dobrar os cotovelos! Não conseguia nem alcançar a boca para escovar os dentes.
Ainda mergulhada na cultura de esgotamento, sofrimento e repetição do CrossFit, ela desligou seu alarme e foi trabalhar com uma estoica indiferença. Não demorou muito até ela perceber que não conseguia dobrar os braços, como também não tinha nenhuma força neles. Ele não pôde tratar seus pacientes. À noite, seus braços esbeltos continuaram a inchar até virarem dois hotdogs cheios de dor e arrependimento, e ela começou a perceber que os alarmes da manhã não foram falsos.
O inacreditável é que demorou mais 24 horas para que seu juízo profissional rompesse as amarras da cultura CrossFit, e para que ela buscasse auxílio médico. Ela foi diagnosticada com rabdomiólise aguda, e acabou internada no hospital por mais de uma semana. Enquanto ela estava na Emergência, seus índices de creatina-quinase (CK) foram examinados. O índice normal é em torno de 100. Seus índices de CK estavam acima de 45.000, um número que indica dano aos rins.
Ainda no hospital, ela ligou para cancelar sua matrícula no programa de CrossFit. Como é de praxe sempre que cancelamos algo, o técnico de CrossFit perguntou o motivo da sua decisão. ”Estou no hospital.” ela respondeu. O instrutor rapidamente perguntou, “É rabdo?”
E aqui chegamos ao segredinho sujo do CrossFit. O técnico estava estranhamente familiarizado com o que, normalmente, é uma doença bastante rara. É tão rara que um estudo determinou que a incidência média anual da rabdomiólise é de 0,06%. Isso significa menos de 10 casos em centenas de milhares de pacientes. Como, eu me perguntei, é possível que um instrutor leigo conheça tão bem assim uma doença tão rara, ainda que seja uma doença grave? Será que isso tem algo a ver com o CrossFit? Parece que sim.

Rabdomiólise na visão do CrossFit


Uma rápida busca na Internet revela grandes quantidades de informações sobre rabdomiólise, divulgadas por ninguém menos do que treinadores de Cross Fit. No entanto, garimpar a literatura científica nos principais periódicos de Medicina revela apenas alguns poucos artigos com revisão por pares. A ciência confirma que a rabdomiólise por esforço, a denominação que essa forma da doença recebe às vezes, é incomum e normalmente restrita a militares em treinamento de elite, monstros dos esportes de ultra-resistência e vítimas de um eventual técnico psicótico de futebol americano. A Rabdomiólise não é uma doença comum, mas é tão comum no CrossFit que eles têm até mesmo um cartum para ela, fazendo graça de maneira displicente sobre algo que jamais deveria acontecer.
Mas afinal, o que exatamente é a rabdomiolise? Em condições extremas, as suas fibras musculares explodem. Morrem. Vazam proteína na corrente sanguínea, incluindo uma forma de proteína chamada mioglobina. Os seus rins, sempre alertas, assumem a tarefa de remover essas proteínas perigosas do seu sangue. Por quê? Esse é apenas a função deles. Infelizmente, a mioglobina não foi feita para estar no sangue, em primeiro lugar, e pode facilmente sobrecarregar os rins, os quais podem sofrer dano ou falência em um curto espaço de tempo, sendo assim uma doença potencialmente letal. No nível local, os músculos permanecem arruinados e à beira da morte. Em seguida, há inchaço e fraqueza, conforme aumenta a pressão em torno das fibras musculares restantes. O seu organismo, que normalmente pode tratar danos musculares locais está fora do ar, tentando mantê-lo vivo. Se você chegar até esse ponto, estará em estado grave.
Em alguns casos, ocorre síndrome compartimental aguda, uma emergência médica que pode causar a amputação de membros a menos que o seu tecido conjuntivo seja aberto por meio de corte para reduzir o inchaço, um procedimento chamado fasciotomia. Nada disso deveria ser tratado de uma forma tão corriqueira.
Então, o que aconteceu? Já em 2005, o New York Times noticiou a associação entre a rabdomiólise e a cultura do CrossFit em um artigo intitulado” Getting Fit, Even If It Kills You (Ficando em forma, mesmo que isso cause a morte)". O artigo trazia esta pérola:
“No entanto, seis meses depois, o Sr. Anderson, um ex-ranger do Exército Americano, estava de volta à academia, fazendo exatamente os mesmos exercícios que quase o mataram. “Da forma como vejo, forçar o meu corpo até o ponto em que há uma destruição dos meus músculos é uma enorme vantagem do CrossFit”, ele disse.”
O que o fundador do CrossFit, Greg Glassman, pensa disso?
“Isso pode matar,” ele disse. “Sempre fui totalmente transparente em relação a isso.”
De lá, até 2013, essa cultura mudou pouco, e talvez até tenha aumentado. Como Jason Kessler observou em seu artigo publicado no Medium, “ Why I Quit Cross Fit (Porque parei com o Cross Fit)",”a cultura elitista de ir até o limite aumentou em face dos interesses comerciais que estão tomando conta”. Em relação à cultura, Jason aponta:
“Se você perguntar a um instrutor de CrossFit, ele dirá que eu fui o único culpado pelas minhas lesões. Em uma cultura na qual você é incentivado a treinar o mais rápido e pesado possível, é difícil não entrar na onda. Esperam que você vá até atingir seu limite, mas quando você chega ao limite e paga o preço, é você que foi idiota por ter ido longe demais.”
Em outro exemplo psicótico de como a opressiva cultura do CrossFit pode diminuir o bom senso profissional , um ginecologista disse o seguinte absurdo:
“Senhoras, na minha opinião profissional, é normal urinar ao pular corda.”
Não, urinar durante um treino nunca é normal. Nunca.
Para ilustrar esse ponto, MoveForwardPT.com , o site oficial de informação ao consumidor da Associação Americana de Fisioterapia (APTA), fez um programa de rádio online para responder especificamente a glorificação irresponsável da incontinência urinária causada por esforço, feita pelo Cross Fit O impacto da Rabdomiólise
Às vezes a rabdomiólise melhora com tratamento. Às vezes, continua. Às vezes, seus rins nunca mais são os mesmos. Um comentarista de um fórum observou,
“Eu pareço ter uma “recaída” depois de qualquer treino de resistência. Cheguei nessa situação por treinar demais — Eu estava em uma forma fenomenal. Eu ganhei peso. Fico inchado e estufado. Eu sinto como se a qualidade do meu tecido muscular estivesse diminuindo diariamente — mais do que sem treino de peso. Parece ser desintegração.”


Os efeitos da rabdomiólise podem persistir além da fase inicial de crise.

Minha amiga passou por um efeito de longo prazo similar, embora felizmente menos grave. Já se passaram vários meses e a força do seu tríceps ainda não voltou ao normal. Os seus braços bem definidos ficaram no passado, e foram substituídos por um tecido gelatinoso parcialmente inchado. Uma vez que um músculo se rompe, o tecido muscular é substituído por um tecido cicatricial adiposo e danificado. O resultado é um músculo permanentemente deteriorado, e uma capacidade reduzida para fazer treinos de força. A ironia de flexões serem a causa de braços flácidos ilustra o antigo mantra: Tudo em demasia faz mal.
Os praticantes do CrossFit, em grande parte alheios aos riscos da rabdomiólose, seguirão em frente, pressionados e coagidos alegremente a se exercitarem até atingirem o esgotamento e a exaustão. Minha previsão: em alguns anos, a literatura médica estará cheia de artigos sobre CrossFit e Rabdomiólise. Os profissionais da saúde estarão lá para juntar os pedaços, mas quem irá proteger aqueles que não sabem que estão em risco?
O exercício físico é simplesmente a melhor coisa que podemos fazer com nosso corpo, mas no caso do CrossFit, só nos resta perguntar: este treino vale o risco? A cultura poderá se adaptar para abraçar métodos seguros de treino? Os instrutores estão realmente aptos a detectar a carga de treino adequada para seus atletas? Somente o tempo dirá, mas o futuro do CrossFit poderá depender disso.

Por isso digo e repito sempre, não importa qual atividade física você procure, o mais importante é que ela seja orientada sempre por um profissional de Educação Física que poderá orientar a forma mais segura e eficiente de você executa-la.


sexta-feira, 7 de novembro de 2014

PEDALADA DA SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA


Temos que estimular as políticas públicas para aumentar cada vez mais a quantidade de ciclo vias ou espaços específicos para uso da bicicleta, para que todos tenham condições de usar sua bike como transporte, atividade física ou treinamento.
Usar a bike na academia, na rua, trilhas ou em pistas especificas como treinamento é sabido pela quantidade enorme de benefícios para saúde. Porem o ganho de qualidade de vida que toda uma sociedade pode ter ao começar utilizar a bike como meio de transporte seria incontável, mais podemos destacar a diminuição do transito, poluição entre diversos outros benefícios. REFLETINDO SOBRE ISSO VAMOS ESTIMULAR A TODOS PARA COMEÇAR A PEDALAR!!!

terça-feira, 2 de setembro de 2014

1 DE SETEMBRO - DIA DO PROF. DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Como Presidente do CREF1 - Conselho Regional de Educação Física gostaria de parabenizar e agradecer a todos os prof. de EDUCAÇÃO FÍSICA, colaboradores e empresas que contribuem para o crescimento e valorização da EDUCAÇÃO FÍSICA


quarta-feira, 23 de abril de 2014

COM TREINAMENTO TUDO É POSSÍVEL!!!

O treinamento físico é a base para se conquistar saúde, qualidade de vida,  coisas simples e complexas do cotidiano e até mesmo a vitória de uma competição. Quanto mais se procura a excelência mais se requer treinamento. A famosa frase do técnico de voley Bernadinho que diz "Treino duro para jogo fácil" nunca fez tanto sentido.
Um bom planejamento com o controle do volume e da intensidade de forma adequada pode transforma-lo num campeão ou simplesmente numa pessoa mais funcional para as tarefas do dia a dia.
Lembre-se que para realizar qualquer tipo de treinamento se torna necessário a orientação de um profissional de Educação Física para melhor eficiência e segurança do seu treinamento.
ASSISTA O VÍDEO PARA VER COMO TUDO É POSSÍVEL!!!!

SAIA DO SEDENTARISMO E COMECE LOGO A PRATICAR UMA ATIVIDADE FÍSICA
Dúvidas e informações pelo email: profandrefernandes@gmail.com

segunda-feira, 21 de abril de 2014

APRENDER A MONTAR UM PROJETO É O PRIMEIRO PASSO PARA SE CONSEGUIR UM PATROCÍNIO NA EDUCAÇÃO FÍSICA

MATÉRIA EXIBIDA NO PORTAL DA EDUCAÇÃO FÍSICA:
http://www.educacaofisica.com.br/index.php/gestao/canais-gestao/marketing-esportivo/24659-aprender-a-montar-o-projeto-e-primeiro-passo-para-conseguir-patrocinio-em-educacao-fisica


Quem precisa organizar um evento sabe que, além de todo o trabalho com os preparativos, o que tira o sono é a verba dispendida com todos os detalhes. Cursos e assessorias podem ajudar a desenvolver proposta de patrocínio.

Os atletas que desejam se dedicar exclusivamente aos treinamentos para poder se aprimorar no esporte e melhorar sua posição em rankings específicos também conhecem a quantidade de gastos que essa dedicação pode implicar. Por esses motivos que muitos buscam auxílio financeiro ou em produtos – a famosa permuta – com empresas patrocinadoras. Todavia, André Fernandes (http://profandrefernandes.blogspot.com.br/), empresário da área fitness e presidente do conselho do CREF 1, conta que conseguir o patrocínio é algo bastante difícil no Brasil.

A realidade do patrocínio em Educação Física


“A realidade que temos é a de que o atleta faz o projeto de patrocínio e, normalmente, não está preparado para a elaborá-lo e, com isso, acaba sem o patrocinador. O atleta até pode cria-lo, mas o ideal é que peça pra alguém que conheça a elaboração de projetos de patrocínioesportivo, que saiba apresenta-lo e conheça a sistemática desse processo”, orienta.

Para Georgios Hatzidakis, gerente administrativo da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e professor das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), ao criar um projeto de patrocínio emEducação Física, deve-se conhecer a empresa para a qual irá apresenta-la para saber suas necessidades, público-alvo que atinge, se ela quer visibilidade ou vendas etc para poder apresentar um projeto organizado. “Tem que saber que o apoiador vai ser seu cliente e, por isso, é preciso saber quais são suas estratégias de marketing e sua capacidade financeira”, explica.



projeto de patrocínio vai variar de acordo com sua função: é para um evento, para um atleta, para um time, um workshop específico - e, segundo Fernandes, deve conter os seguintes itens:

Justificativa: o que vai atender, qual o motivo de sua existência;

Objetivo: qual o motivo da solicitação;

Desenvolvimento: o detalhamento de tudo o que vai acontecer, seja evento ou competição esportiva;

Custos: se for um projeto anual, tem que ter noção de quanto será gasto e com quais itens.

Para quem oferecer um projeto de patrocínio em Educação Física?


Escolher pra quem pedir o patrocínio em Educação Física é outro “pulo do gato”, segundo o presidente do conselho do CREF 1. “Se o projeto é pequeno, local, não adianta buscar grandes empresas. Tem que buscar as regionais. Agora, se o projeto é nacional ou internacional ou se vai ter atenção da mídia nacional ou estrangeira, aí vale a pena buscar grandes empresas. Pessoa física também pode ser patrocinadora, mas é difícil porque ela não tem vantagem nenhuma em termos de impostos.”

Hatzidakis orienta que o atleta ou organizador de evento faça uma segmentação do mercado e visite a empresa antes de encaminhar sua proposta de projeto de patrocínio em Educação Física. “Essa proposta pode ser enviada até em vários meios: digitada, em vídeo, das duas formas para não correr risco de não conseguirem ler algum formato”, destaca o professor.

Patrocínio em Educação física: a cabeça do outro


Pensar como patrocinador também é importante para não apresentar uma proposta depatrocínio em Educação Física sem noção. Saber o que o seu investidor vai querer em retorno é essencial: “na maioria das vezes é visibilidade, porque o patrocinador espera que a marca dele tenha retorno e, normalmente, as pequenas e médias empresas não sabem quais são as estratégias de patrocínio e acabam usando sua verba em eventos que não tem a ver com seu negócio, não têm retorno e depois dizem que patrocinar não funciona e não querem investir em mais ninguém”, conta Fernandes.

Conhecer os seus atributos para poder oferece-los às empresas com valores semelhantes também é um bom caminho a ser trilhado e segundo Hatzidakis. Assim, “um atleta de atletismo oferece com sua imagem velocidade, carisma, resistência, força de vontade: valores que a empresa quer aliar à sua marca”. O retorno que o atleta vai dar ao investidor pode ser de exposição na mídia – e aí ele precisa aparecer bastante na mídia, sempre usando algo que remeta a esse patrocinador – ou aumento de vendas e aí o beneficiado deve ceder sua imagem para comerciais da empresa.

Existem leis de âmbito federal, estadual e municipal que regulamentam os benefícios para o patrocinador esportivo e que garantem descontos em alguns impostos para a empresa patrocinadora. André Fernandes citou a Lei Pelé, nº 9.615, de 24 de março de 1998 como uma delas, que garante em âmbito federal descontos no Imposto de Renda para quem incentivar o esporte no país e que é pouco usada pelas instituições. O mesmo garante a Lei do Incentivo ao Esporte, nº 11.438, sancionada em dezembro de 2006, também federal.

Para quem incentiva, quanto menos patrocínios o evento ou atleta tiver, melhor, já que sua empresa tende a ganhar mais destaque. Todavia, cabe ao atleta checar a relação entre a verba que ele precisa e aquela que recebe para determinar se vale a pena sugerir cotas de patrocínioa outros estabelecimentos, sem estabelecer valores mínimo ou máximo para tal.

Menos burocracia aos atletas que buscam patrocínio em Educação Física


O atleta que precisa de patrocínio não precisa, necessariamente, se tornar uma pessoa jurídica para poder receber o incentivo. “Algumas empresas - em especial as grandes – exigem que o repasse de dinheiro seja feito de empresa para empresa, como se fosse uma assessoria, mas na verdade não precisa, porque elas podem alegar que esse dinheiro foi uma doação”, orienta Fernandes, demonstrando que a burocracia pode ser menor do que esperada. Hatzidakis conta que um contrato cedendo os direitos de imagem do evento/atleta por tempo determinado pode ser realizado para firmar o patrocínio também.

Quem tiver dúvidas sobre todo o processo pode buscar informações sobre a estratégia de desenvolvimento de projetos de patrocínio em Educação Física por meio de cursos para organizações de eventos ou projetos. Fernandes conta que as assessorias esportivas também podem ajudar nesse desenvolvimento e, como não há um órgão regulador dessas assessorias, pode-se pesquisar sobre elas ou pedir recomendações a quem já é cliente.

“O ideal é que o atleta busque um profissional que saiba elaborar o projeto e outro que saiba vendê-lo, mas, se não tiver condições financeiras, pode desenvolver o projeto sozinho e tentar mostrar que público ele atinge”, afirma Georgios Hatzidakis, que destaca que não adianta enviar o projeto para 150 empresas sem qualquer critério: é preciso pesquisar o mercado para não perder o próprio tempo e o da instituição ao criar expectativas que não serão concretizadas. Além disso: “patrocínio não é esmola. A empresa vai ter lucro com ele, é um negócio”, frisa o professor.

“Acho que a dica principal que podemos deixar é a de que atletas e organizadores de eventos que forem precisar de patrocínio devem ter a noção exata de quais são os objetivos dele com o evento para pensar nas formas de retorno que podem oferecer ao patrocinador”, diz Fernandes. Afinal, com uma proposta bem elaborada em mãos, as chances de haver uma recusa são bem menores


ZUMBA FITNESS

    Na década de 80 faziam sucesso as aulas de Aero Dance, Aeróbica, Dança Aeróbica entre outros nomes similares que combinavam diversos movimentos coreografados com músicas de sucesso da época. 
   Na década de 90 os estilos musicais ganharam suas próprias aulas de Hip Hop, Axé, Sambá, Funk, Forró, Dance entre outras. Aparentemente seguiam o mesmo modelo da década de 80 com muitas coreografias sendo cada uma no seu estilo musical a qual muitas vezes era o próprio nome da aula. Junto a essas aulas começaram a aparecer também as aulas de Step e de Jump que seguiam modelos também coreografados mais agora com a utilização de uma plataforma (step) ou de um mini trampolim (jump).
   Na década de 2000 as aulas tiveram uma baixa de alunos muitas vezes provocadas pelas coreografias exigidas nas aulas. Com isso fez com que diversos professores criassem aulas com misturas de ritmos como: Mix Dance, Mix Ritmos entre outros nomes similares com propostas de movimentos mais simples para facilitar a execução dos alunos e manter o estimulo ao condicionamento em alta.
Seguindo essa ideia o mercado do fitness vem lançando diversas propostas de atividades coletivas para as academias onde um desses fenômenos de sucesso são as aulas de Zumba Fitness que estão tomando conta das academias do mundo.
 Segundo seus criadores a Zumba Fitness foi fundada em 2001 como uma marca global de estilo de vida, que combina fitness, entretenimento e cultura com uma empolgante sensação de dança-fitness. São aulas que mistura ritmos mundiais de altíssimo astral com uma coreografia fácil de seguir para um exercício de todo o corpo.
  Como podem ver a proposta é de uma aula de movimentos simples proporcionando um condicionamento aeróbico. 
 Aqui no Brasil onde a profissão de Educação Física é regulamentada pela Lei 9696/98 se torna obrigatório que toda atividade física seja ministrada por um profissional de Educação Física registrado no CREF (Conselho Regional de Educação Física) de sua região.
  Como a Zumba Fitness se trata de uma proposta de uma atividade física se torna então obrigatório que toda aula de Zumba tenha a frente um profissional de Educação Física devidamente registrado, onde você pode conferir sobre a existência desse profissional através do site do CONFEF (Conselho Federal de Educação Física) www.confef.org.br.
   Seja Zumba Fitness ou qualquer outra atividade física o mais importante é que você consiga ficar sempre fazendo algum tipo de exercício sobre a orientação de profissionais de Educação Física para cuidar de sua saúde.


terça-feira, 1 de abril de 2014

O TREINAMENTO DO CARNAVAL

Rainha faz musculação, balé e MMA

Patrícia Nery, da Portela, se hidrata bem e come chocolate antes de entrar na Sapucaí

VANIA CUNHA
Rio - Cruzar a Marquês de Sapucaí junto com a bateria, mostrando ginga, graça e garra, não é das tarefas mais simples. Ser rainha de escola de samba exige dedicação e preparo durante o ano inteiro. Que o diga Patrícia Nery, a morena que estará à frente dos ritmistas da Portela na segunda-feira de Carnaval. A preparação da bela inclui exercícios, dieta balanceada e muita disciplina.
“A minha preocupação maior é com a saúde. Por isso, faço exercícios o ano inteiro, não só nesta época, para estar com um bom preparo quando chegar a hora, sem muitos sacrifícios”, explicou Patrícia. A beldade diversifica as atividades que pratica ao longo do ano, para trabalhar partes diferentes do corpo e não transformar a malhação em uma rotina cansativa. Duas vezes por dia, pela manhã e à noite, Patrícia faz exercícios aeróbicos.

Rainha de bateria da Portela, Patrícia Nery se preocupa com a saúde o ano todo, fazendo uma alimentação saudável e malhando
Foto:  Carlos Moraes / Agência O Dia

A musculação, que define o corpão da rainha, é aliada ao pilates para dar a resistência necessária para atravessar a Passarela do Samba. Ela ainda encara aulas de balé, que conferem leveza e graciosidade aos movimentos. Outro segredinho de Patrícia são as aulas de luta MMA. Quem a vê toda delicada, não imagina que ela já pratica o esporte há anos, para ganhar resistência. 
Dias antes do desfile, Patrícia faz drenagem linfática, para evitar o inchaço. A morena também abusa da hidratação: ela bebe muita água e isotônicos, para repor os sais minerais perdidos durante a apresentação. Na falta de um deles, a musa ensina seus segredinhos: “Tomo soro caseiro quando não tem isotônico. Também como carboidrato no dia do desfile e, uma hora antes de pisar na avenida, uma barrinha de chocolate para dar energia”, contou.

Patricia Nery reina à frente dos ritmistas da Tabajara
Foto:  Ricardo Almeida / Divulgação

Ideal é fazer exercícios o ano todo
O professor e presidente do Conselho Regional de Educação Física do Rio, André Fernandes, ressalta que é importante a pessoa se preparar durante o ano inteiro para o desfile, e não apenas na véspera. “O ideal é praticar atividade com orientação de um profissional de Educação Física para preparar o corpo e ganhar condicionamento físico. Se não fez isso, o ideal é moderar os movimentos no desfile e começar já a preparação para o Carnaval de 2015”, ensina.
Fernandes reforça a importância da hidratação para quem vai desfilar e evitar a ingestão de bebidas alcóolicas antes da festa.

TREINAR EM CASA COM APLICATIVOS OU ORIENTAÇÃO PELA NET

Matéria publicada no Jornal o Dia em 29/03/14
Projeto ajuda pessoas a malharem em casa com orientação via internet

Serviço via internet de exercícios com orientação de professores de Educação Física e aparelhos personalizados atrai quem prefere malhar em casa ou ao ar livre

FELIPE FREIRE
Rio - A ideia é acabar com as desculpas para não malhar. A possibilidade de realizar atividades sozinho, em qualquer ambiente, e adaptar treinos ao tempo disponível do aluno tem ganhado muitos adeptos. Trata-se do projeto AKDMinha, um serviço de condicionamento físico com orientação via internet.
A cientista social Fernanda Alves, 24 anos, por exemplo, nunca se encaixou no perfil das academias. E embora o balé e o jazz mantenham sua forma, a falta de exercícios para fortalecer a musculatura sempre foi um convite para lesões. Incentivada por amigos a participar do projeto, ela garante que os três meses de atividades com aparelhos personalizados e orientação via web se encaixaram perfeitamente à sua rotina.
“Malho de acordo com minha agenda. E o legal é que você consegue levar os equipamentos para todos os lugares”, conta Fernanda, que também participou, durante 90 dias, da fase de testes e elaboração do projeto. 
O professor de Educação Física Diogo Lopes ministra cursos de treinamento em suspensão, feito com cordas: praticidade e versatilidade
Foto:  Alessandro Costa / Agência O Dia
Desenvolvido por um grupo de sócios cariocas, mas com abrangência mundial, a AKDMinha surgiu, em janeiro, como uma ferramenta para quem prefere malhar sozinho e em lugares mais aconchegantes, como na sala de casa. O serviço garante acompanhamento de professores às atividades via internet, chats ou telefone e oferece ainda equipamentos personalizados para os exercícios. 
Com um módulo de madeira, que está sendo patenteado, por exemplo, os alunos conseguem praticar exercícios variados de força e intensidade. "Você só pode adquirir nossos produtos se contratar o serviço do professor. É uma forma de termos a certeza de que o aluno terá todas as orientações para realizar as séries de forma correta e que não fará por conta própria. Mas se você já tiver equipamentos, aí o professor adapta seu treino ao que você já possui", explica a professora de Educação Física Joana Abreu do Valle, 31, uma das sócias do serviço.
A cientista social Fernanda Alves em casa, em Niterói: facilidade de carregar aparelho e supervisão online ajudam a manter a forma
Foto:  Alessandro Costa / Agência O Dia
Por meio de avaliações customizadas e metas com base em necessidades específicas, o programa faz um acompanhamento em tempo real do rendimento dos alunos. Além disso, o professor tenta inserir atividades comuns aos treinamentos.
“Às vezes, vou ao balé andando. O pedômetro (aparelho que conta passos) me ajuda a alcançar minha meta e me incentiva a caminhar mais. Até o final de abril, por exemplo, preciso perder dois centímetros de quadril”, diz Fernanda.
Contratação de serviços exige cautela
Apesar de atraentes, os métodos podem ocasionar sérios problemas quando adotados sem supervisão. E para evitar sustos, o presidente do Conselho Regional de Educação Física da 1ª Região (Cref), André Fernandes, aconselha que o aluno faça a contratação de serviços com cautela: “No site do conselho, ele pode ver se o professor é credenciado ou enganador, fato comum na internet. Além disso, o aluno deve sempre ser avaliado e monitorado.”
Para Fernandes, a escolha de equipamentos deve ser criteriosa. Alguns aparelhos podem não ser indicados para todos os perfis. “Há equipamento que não segue normas e sequer trabalha o grupo muscular divulgado.”
Profissional é indispensável
As novidades não são restritas à escolha do espaço físico. O uso de equipamentos leves e práticos e do peso do próprio corpo aparecem como solução para substituir aparelhos enormes. Utilizado há tempos por profissionais de Educação Física, o treinamento suspenso, feito com cordas, alia praticidade e versatilidade.
Além de trabalhar todos os grupamentos do corpo com variedade extensa de exercícios, as cordas ainda auxiliam no equilíbrio e podem ser fixadas em vários locais, como a porta de casa. No entanto, assim como outras atividades realizadas em ambientes domésticos, todo o roteiro de exercícios deve ser orientado por pessoal gabaritado.
Há anos ministrando cursos para profissionais da área, o professor Diogo Lopes, 30, que também utiliza o equipamento para manter a forma, garante que o treinamento suspenso é perfeito para quem se exercita em casa, no trabalho ou em áreas de lazer. Mas, ele adverte para o risco da falta de acompanhamento. “Há quem ache que é possível usá-lo sem técnica ou supervisão. Apesar de ser um ótimo aliado, ele compromete a coluna se usado indevidamente. É preciso a orientação de profissional

domingo, 30 de março de 2014

CANAL DE VÍDEOS DO PROF. ANDRÉ FERNANDES

Além dos vídeos selecionados aqui nesse blog, você pode ainda ver diversos vídeos no canal do YOU TUBE exclusivo do professor ANDRÉ FERNANDES com entrevistas, pesquisas entre diversos outros assuntos interessantes. 
Confira no link abaixo:

domingo, 23 de março de 2014

SUPLEMENTOS E ANABOLIZANTES


 Muitas pessoas começam a utilizar uma suplementação pela indicação do amigo ou do comerciante sem ter a orientação de uma nutricionista especialista no assunto, e assim muitos alunos de academia entra no universo da suplementação. Mas a nutricionista Vivian Ragasso, do Centro Olímpico e do Instituto Cohen de Medicina do Esporte, ressalta que o resultado alheio não é comprovação de eficácia. O profissional de Educação Física não estudou nutrição, então não é da competência dele prescrever suplementação. É preciso saber como é a rotina alimentar do aluno, se há deficiência de nutrientes, se a quantidade e intensidade de exercícios pedem suplementação ou se suas necessidades já são supridas pelas refeições. Fora isso, ainda é necessário fazer uma avaliação clínica do aluno, para saber se há deficiência hormonal, problemas cardíacos, renais ou hepáticos”, reforça Ragasso.
Já a presidente da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva, Heloisa Guarita, adverte que o grande problema da autosuplementação é que nem sempre o usuário conhece seu funcionamento e, principalmente, seus componentes. A fotógrafa Mylena Perdomo quase caiu nessa. Em busca de emagrecimento rápido, seguiu a indicação de uma amiga e optou por tomar um termogênico, que altera a temperatura do corpo visando intensificar a queima de gordura. Ao checar o rótulo do suplemento, entretanto, viu que entre os componentes estava um medicamento que ela já tomava para regular a tireoide. “Liguei para um parente que é médico e ele me orientou para que eu não tomasse o remédio, pois poderia desregular a produção natural do hormônio, que já é deficiente no meu corpo. Ao mesmo tempo, o suplemento não podia substituir o meu remédio, que possui outros componentes para o controle da tireoide”, conta.
“É comum suplementos da classe dos termogênicos conterem hormônios para controlar a tireoide, uma vez que alterações nessa glândula provocam, em última instância, mudanças no peso. Mas seu uso inadequado pode futuramente descontrolar a produção natural e trazer problemas que antes eram inexistentes”, explica Guarita. O termogênico em questão era o Lipo Black 6, que recentemente foi incluído na lista de produtos proibidos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), junto com o também termogênico OxyElite e o pré-treino Jack 3D.
Pré-treino, aliás, foi um dos suplementos experimentados por William. Esse tipo de produto funciona como um vasodilatador que facilita a passagem de oxigênio e nutrientes pelos vasos sanguíneos, fazendo com que eles alcancem rapidamente as células musculares, aumentando a oferta de energia. A ideia é que, assim, o aluno aguente cargas maiores por mais tempo. Apesar de ter percebido esse efeito, o administrador confessa que sentiu também reações adversas. “Senti formigamento e insônia, mas agora meu organismo já acostumou e não sinto mais nada, só ficou o efeito estimulante do produto”, relata.
A nutricionista Vivian Ragasso explica que William “não sentir mais nada” se deve ao fato de que o organismo acabou se viciando, uma consequência comum do uso do produto, e os sintomas acabaram “maquiados”, dando a impressão de que desapareceram.
Psicoestimulantes e hormônios
Bruno Gualano, coordenador adjunto do Laboratório de Nutrição e Metabolismo da Escola de Educação Física da USP, explica que alguns pré-treinos e termogênicos afetam os campos neurológico e hormonal. “Ambos têm aditivos psicoestimulantes, que prometem oferecer disposição ao usuário e melhorar o rendimento dos exercícios atuando diretamente no sistema nervoso central. Há ainda os que são capazes de induzir a liberação de hormônios que ajudam a fortalecer os músculos, como a testosterona, a insulina e o GH. Por atuarem em áreas de controle do organismo, apresentam resultados mais rápidos”, comenta Gualano.
Mas é justamente nesse mecanismo que reside o perigo maior. Agindo em áreas de controle, essa classe de suplementos pode desregular funções do organismo e provocar reações em cadeia. Psicoestimulantes agem diretamente no sistema nervoso central, podem provocar taquicardia, hipertensão, aumento de agressividade e cefaleia.
Já o uso de hormônios desequilibra a produção natural do corpo, pois o organismo tem um sistema inteligente próprio para manter as taxas hormonais estabilizadas. “Se a pessoa ingere doses de um determinado hormônio, essa quantidade é somada à que já é produzida. O organismo, então, entende que há uma desregulação no processo natural e tenta equilibrar, produzindo mais hormônios contrários para balancear”, explica Gualano.
Uma consequência comum é o aparecimento de características de efeminação nos usuários de hormônios masculinos. Como ocorre uma “sobrecarga” — geralmente de testosterona –, o corpo, na tentativa de balancear, acaba produzindo mais estrogênio (hormônio feminino). “Os homens podem apresentar aumento das mamas (ginecomastia), impotência sexual, redução dos testículos e infertilidade. As mulheres ficam com a voz mais grossa, têm aumento do clitóris e da quantidade de pelos, queda de cabelo, desregulação da menstruação e, claro, ficam com o físico masculinizado”, explica Gualano.
Na época em que fazia uso de testosterona, o administrador William relata que sentiu leve aumento das mamas. “Depois de algumas semanas, percebi que o mamilo estava mais pontudo. Comigo aconteceu bem pouco, mas fiquei tranquilo porque é comum ocorrer ginecomastia durante o ciclo, por isso optei por fazer TPC”, relata. TPC é a “Terapia Pós Ciclo”, que engloba regime dietético e uso de medicamentos (geralmente também hormonais) para atenuar efeitos colaterais.
A nutricionista Vivian Ragasso acredita que essa terapia pode trazer graves consequências. “É muito comum, principalmente no meio da medicina esportiva, fazer uso de ciclos hormonais e, em seguida, prescrever a TPC. Porém, o método pode levar a disfunções hepáticas e renais”. Atualmente, William não recorre mais ao uso de hormônios para ganho de massa. “Não vejo mais a necessidade de fazer TPC, consigo manter só com Whey, creatina e massa de carboidratos”, afirma.

Suplementos alimentares
Os profissionais entrevistados para esta matéria advertem sobre o uso de psicoestimulantes e hormônios, mas defendem o uso dos suplementos feito à base de proteínas, carboidratos, aminoácidos e creatina, nutrientes essenciais para o bom funcionamento do corpo e que não apresentam risco à saúde.
Diferentemente dos psicoestimulantes, vasodilatadores e hormonais, essa classe de suplementos tem como princípio complementar a alimentação quando ela deixa de fornecer a quantidade suficiente desses nutrientes, o que pode acontecer quando se praticam atividades físicas regulares. Além de suprir possíveis carências da dieta, ainda apresentam bons resultados no ganho de massa muscular.
Mesmo apoiando o uso, os profissionais ressaltam que eles são mais indicados para grupos específicos, como atletas de alto nível, gestantes e pessoas desnutridas ou vegetarianas. “Qualquer pessoa precisa recorrer às proteínas para fortalecer os músculos. Porém, como é um componente de difícil absorção quando consumido in natura, atletas com dois períodos de treino por dia podem lançar mão de suplementos como a proteína isolada, que é absorvida mais rapidamente e, consequentemente, promove recuperação muscular acelerada”, explica Ragasso.
Guarita divide a mesma opinião de Ragasso e ressalta que o maior erro dos atletas de academia é adotar o uso de suplementos sem seguir uma alimentação adequada. “Se ele usa suplementos desse tipo, mas ingere muito carboidrato, terá acúmulo de componentes energéticos no corpo, o que acaba sendo revertido em gordura corporal. Tem de haver necessidade de suplementar, não somente a vontade de acelerar o processo de ganhar massa”, explica.
Outros tipos podem ter consequências específicas se houver uso desmedido, como inchaço devido a retenção de líquidos (aminoácido creatina), aumento da produção de gases intestinais (consequência do uso de quase todos os suplementos, mas principalmente da albumina, proteína existente no ovo) e aparecimento de acne (comum nos usuários de massa hipercalórica, rica em carboidratos).
Ainda assim, é importante frisar que esses suplementos não são prejudiciais à saúde por si só. É comum ouvir que tais produtos fazem mal ao fígado e aos rins, mas ressalta: “As complicações só costumam aparecer nas pessoas que já têm pré-disposição a doenças nesses órgãos, pois as substâncias essenciais desses suplementos já são sintetizadas naturalmente pelo organismo. Caso contrário, não há risco”.
Fácil acesso
Atualmente, é comum encontrar os enormes potes de suplementos à venda na internet, em farmácias, lojas especializadas e supermercados. O problema não é a facilidade com que se encontram os suplementos, e sim a falta de controle na hora da venda. “Deveria ser necessário apresentar uma prescrição emitida por um profissional para garantir que o acesso só fosse permitido após uma consulta”, completa.
Muitos atletas defendem o livre acesso apoiando-se no fato de que a oferta desses produtos não sofre restrição nos EUA, onde a indústria de suplementos é enorme. Além disso, muitos criticam a decisão da Anvisa afirmando que nunca sentiram ou apresentaram os efeitos colaterais expostos pela vigilância sanitária brasileira. Entretanto o diretor de Monitoramento e Controle Sanitário da agência, José Agenor Álvares, defende a decisão: “no Brasil, a avaliação é feita com base nos riscos e consequências que o consumo das substâncias pode gerar à saúde das pessoas. Caso haja suspeita do malefício, ela fica proibida até serem estudadas as reais consequências”.

Suplementos mais comuns no mercado 
PRÉ-TREINOS
O que é: em sua composição há vasodilatadores que facilitam a passagem de oxigênio e psicoestimulantes pelos vasos sanguíneos e faz com que eles cheguem às células musculares mais depressa. Dessa forma, oferecem ao usuário mais pique e força para fazer atividades físicas.
Quando tomar: de 30 a 45 minutos antes de começar a treinar.
Dosagem: varia de acordo com o fabricante.
Efeitos colaterais: dependência, aumento da resistência a estimulantes, ansiedade, arritmia, alteração da pressão arterial, tremores, insônia, agressividade, sonolência e desânimo após o efeito estimulante.
Excesso: São absorvidos pelo corpo, podendo agravar os efeitos colaterais
Avaliação do profissional: A primeira coisa a ser levada em conta na hora de optar por pré-treinos com componentes psicoestimulantes são os efeitos colaterais. Ragasso afirma que não confia no resultado dos pré-treinos e recomenda que, ao invés de optar por eles, o atleta deve escolher alimentos com a mesma funcionalidade. “Ingerir carboidratos de lenta absorção como pães e frutas antes de treinar é uma boa tática, já que eles vão liberando energia aos poucos. A cafeína também ajuda a dar ânimo e ainda tem ação termogênica.

TERMOGÊNICOS
O que é: são suplementos que ajudam a acelerar o metabolismo e o processo de termogênese, que aumenta a temperatura do corpo e auxilia na queima de gorduras.
Quando tomar: o recomendado pela maioria dos produtos é 1 cápsula de 15 a 60 minutos antes da prática de atividade física, mas alguns sugerem 1 cápsula especificamente no café da manhã e outra dali a 6h ou 8h.
Dosagem: de 1 a 3 cápsulas por dia. O produto só pode ser usado, no máximo, por dois meses, depois é preciso fazer intervalo de 1 a 2 meses.
Efeitos colaterais: pode causar desidratação, arritmia, agressividade, insônia, cefaleia, falta de concentração, enjoo, agitação.
Excesso: como são psicoestimulantes, não pode ser excedida a dosagem padrão dentro de 24h, sob risco de acentuar os efeitos colaterais.
Avaliação do profissional: Os termogênicos que promovem queima de gordura possuem componentes proibidos e altamente nocivos, como hormônios para controle da tireoide. Outros simplesmente não funcionam. Para ela, o ideal é utilizar alimentos e bebidas que auxiliam a termogênese, como vegetais fibrosos (brócolis, acelga, couve), laranja, kiwi, óleo de coco, peixe, café, ou até mesmo um copo de água. Por serem estimulantes, levam o usuário a fazer mais exercícios, o que promove gasto energético maior, dá mais fome e, consequentemente, faze comer mais. Já alimentos e bebidas têm esse efeito suavizado, por isso são mais indicados. Assim como Guarita, Bruno Gualano e Vivian Ragasso são contrários ao uso de termogênicos sintéticos: ambos afirmam que o produto não tem efeito.

AMINOÁCIDOS 
O que é: conjuntos de aminoácidos formam as proteínas, principais constituintes das fibras musculares. Apesar de o corpo produzi-los, é importante fazer suplementação caso sejam feitos exercícios aeróbicos intensos, uma vez que os níveis de glutamina (o aminoácido mais conhecido) caem durante o treinamento. A falta desse aminoácido pode causar perda de massa muscular (catabolismo) e enfraquecimento do sistema imunológico, pois se o organismo não dispuser de energia suficiente para realizar a atividade física, passa a usar aminoácidos dos músculos para suprir a demanda.
Quando tomar: 15 minutos antes do treino e o quanto antes depois do treino.
Dosagem: cada dose deve ter de 4g a 8g.
Efeitos colaterais: constipação e flatulências. Quem apresenta problemas renais e no fígado não pode fazer uso de glutamina, uma vez que ela pode agravar o quadro.
Avaliação do profissional: “os aminoácidos têm papel importante no metabolismo das proteínas e pode ajudar na reconstrução muscular”. O BCAA, um dos mais conhecidos suplementos dessa categoria tem resultados excelentes na proteção muscular.

PROTEÍNAS
Se determinado músculo está sendo constantemente exercitado, o corpo naturalmente aumenta o aporte de proteínas para ele, deixando-o mais forte e torneado. O princípio dos suplementos proteicos é fornecer a matéria-prima desse processo e permitir a produção de fibras musculares.
a) Whey Protein:
O que é: Whey Protein é a proteína presente no leite e o suplemento mais usado nas academias. Como é de fácil absorção, promove rápida reconstrução muscular e é ideal para atletas de alto nível.
Quando tomar: o quanto antes depois do treino, período em que o efeito de reconstrução e fortalecimento muscular é mais intenso. Se for ingerido antes, o Whey não terá o mesmo efeito e ainda pode levar ao acúmulo de gordura.
Dosagem: para quem pratica exercícios moderados, o indicado é de 1,2g a 1,8g por quilo corporal. Já os atletas de alto nível devem consumir em torno de 2,4g por quilo corporal. Geralmente, o pó deve ser batido com 200ml a 300ml de água ou leite desnatado.
Excesso: é excretado nas fezes. Caso não se siga uma dieta balanceada, pode contribuir para o acúmulo de gordura.
Efeitos colaterais: pode engordar se não for ingerida a dosagem correta ou se o uso não for acompanhado de uma dieta equilibrada. Em algumas pessoas pode provocar gases.
Avaliação do profissional: nenhum dos profissionais citados acima se opõe à suplementação à base de proteína, com a ressalva de que um nutricionista deve ser consultado antes. O uso mesmo por pessoas que não tenham deficiência proteica, pode trazer bons resultados, desde que se siga uma alimentação balanceada.
b) Albumina
O que é: é uma proteína de fácil absorção proveniente do ovo, com a mesma função das outras: promover ganho de massa muscular.
Quando tomar: o quanto antes após os treinos, período em que a absorção proteica é mais eficiente.
Dosagem: de 14g a 20g, misturados com 200ml a 300ml de água ou leite desnatado.
Excesso: como qualquer proteína, o excesso é excretado nas fezes ou acumulado como gordura.
Efeitos colaterais: desconforto gastrointestinal e flatulência.
Avaliação do profissional: A albumina é uma boa saída para atletas que precisam de suplementação mas não têm recursos suficientes para usar regularmente o Whey Protein. “Apesar de barata, a albumina traz algumas consequências indesejadas, como o aumento de flatulências com odor forte. Fora isso, é tão boa quanto o Whey”.

CREATINA
O que é: é um ácido encontrado naturalmente no organismo e que ajuda a fornecer a forma de energia mais usada pelo corpo: o ATP. Quando há contração muscular, a molécula de ATP passa por um processo chamado hidrólise e libera fosfatos, que fornecem a energia necessária para o movimento. Ao final de aproximadamente dez segundos, essa energia é consumida e é necessário mais ATP para novas contrações. Suprir essa demanda é a função do fosfato presente na creatina.
Quando tomar: o melhor momento é depois do treino. Se for em pó, pode ser misturada com o Whey Protein.
Dosagem: de 2g a 5g por dia de treino.
Excesso: não há estudos que esclareçam os efeitos do excesso de creatina.
Efeitos colaterais:retenção de líquido.
Avaliação dos profissionais: O uso da creatina reforçando que o suplemento auxilia no fortalecimento dos músculos e não traz risco à saúde. Vivian Ragasso lembra que o produto promove ganho de massa magra, mas é importante ficar atento para não confundir o fortalecimento das fibras musculares com a retenção de líquido, que pode deixar o corpo inchado.
CARBOIDRATOS 
São os combustíveis do organismo. Muitos atletas de alto nível precisam usar suplementos à base de carboidratos para suprir necessidades energéticas. São indicados também para que pessoas com massa muscular abaixo do normal alcancem o padrão para seu peso, altura e idade.
Maltodextrina e Dextrose
O que é: é um carboidrato de absorção lenta, extraído do amido de milho. Possui alto índice glicêmico, ou seja, promove elevação do nível de glicose no sangue, fornecendo energia. Para controlar a quantidade de açúcar, o organismo produz insulina, que auxilia na síntese de proteínas, o que acaba contribuindo para a reconstrução muscular. Além disso, atua no transporte de nutrientes para dentro das células, sejam proteínas, creatina ou glutaminas.
Quando tomar: deve ser tomado o quanto antes após a atividade física.
Dosagem: de 30g a 40g dissolvidos em 300ml de água. Pode-se misturar com o Whey Protein.
Excesso: se não for acompanhado de alimentação balanceada, pode engordar.
Efeitos colaterais: não existem estudos que descrevam os efeitos colaterais, mas há relatos de surgimento de acne.
Avaliação do profissional: Os suplementos à base de carboidratos são importantes para esportistas que precisam de muita energia e para auxiliar no ganho de massa muscular. Além disso, a nutricionista lembra que, apesar de o carboidrato ter função de combustível, o melhor momento para ingeri-lo é após os treinos. “Os carboidratos de alto índice glicêmico auxiliam na recuperação da energia consumida nos exercícios. Se essa energia não estiver disponível, o organismo vai buscá-la nas proteínas, que acabam tendo de dividir sua função de reconstrução muscular e têm sua eficiência reduzida”.

SUPLEMENTOS HORMONAIS
O que é: estimulam a produção de hormônios. Só devem ser usados mediante prescrição médica. Auxiliam no ganho acelerado de massa muscular, já que são altamente anabólicos (fase do metabolismo em que há síntese acelerada de moléculas complexas, como as que formam as proteínas). Entretanto, podem trazer inúmeras consequências.
Quando tomar: mediante prescrição.
Dosagem: varia de acordo com o tipo de hormônio, indo desde 25mg a 400mg por dia.
Excesso: são absorvidos pelo corpo e intensificam as reações adversas.
Efeitos colaterais: podem causar infertilidade, disfunção hepática e renal. Em mulheres pode haver aumento da quantidade de pelos e do clitóris, desregulação do ciclo menstrual, engrossamento das cordas vocais e calvície. Em homens, aumento das mamas, impotência sexual e hipogonadismo.
Avaliação do profissional: os profissionais citados acima são contrários ao uso de hormônios, uma vez que a suplementação hormonal para pessoas saudáveis pode causar desregulação na fabricação natural e ocasionar problemas graves

HORMÕNIO DO CRESCIMENTO
O hormônio do crescimento é produzido pela hipófise, glândula pequena como um grão de feijão, localizada na parte inferior do cérebro. Como o nome diz, esse hormônio é absolutamente essencial para proporcionar o crescimento físico e a deficiência em sua produção é responsável pelos casos de nanismo, isto é, pela estatura muito baixa de algumas pessoas.
Produzido em excesso, provoca acromegalia, ou seja, crescimento exagerado dos pés, das mãos, das orelhas e nariz.
Entre as décadas de 1960 e 1980, o hormônio do crescimento era obtido a partir da hipófise de cadáveres, método que limitava muito sua utilização. No entanto, o desenvolvimento da tecnologia do DNA recombinante tornou possível introduzir o gene do hormônio do crescimento humano em bactérias a fim de que elas produzissem esse hormônio. Em outras palavras: a introdução do gene do hormônio do crescimento humano em bactérias fez delas escravas obrigadas a produzi-lo em quantidades ilimitadas, o que possibilita sua utilização numa série de situações clínicas diferentes.

ENTREVISTA
Feita pelo Marcello Bronstein para o médico Drauzio Varella

FISIOLOGIA
Drauzio – Qual é a fisiologia do hormônio do crescimento?
Marcello Bronstein – O hormônio do crescimento, ou GH (Growth Hormone), é produzido pela hipófise. Ao contrário de outros hormônios produzidos pela hipófise que costumam regular o funcionamento de glândulas, como as suprarrenais, os testículos e os ovários , o hormônio do crescimento age no organismo como um todo, promovendo não só o crescimento longitudinal, mas o das células em geral.
 Ele faz isso valendo-se de um intermediário, chamado somatomedina C ou IGF-1, produzido principalmente no fígado, mas também pelas células ósseas e musculares, por exemplo. Essa dupla GH e IGF –1 promove grande parte do anabolismo do corpo, ou seja, é fundamental para o crescimento e desenvolvimento de todos os tecidos.
Embora o GH possa ser encontrado em algumas células de mamíferos, as quantidades obtidas são pequenas e o preço final, muito alto. Atualmente, o GH costuma ser produzido em bactérias, geralmente, na Escherichia coli.

DEFICIÊNCIA NAS CRIANÇAS
Drauzio  O que acontece com a criança com deficiência na produção do GH?
Marcello Bronstein - Problemas genéticos, traumas de parto ou radiação por causa de tumores na região da hipófise podem resultar na falta de hormônio do crescimento e, consequente, na falta de produção do IGF-1, prejudicando o desenvolvimento físico da criança. A deficiência desses hormônios fará dela uma anãzinha, portadora de nanismo, com altura final entre um metro, 1,20m ou 1,30m, no máximo
Drauzio – O crescimento de todos os órgãos dessas crianças também é proporcionalmente menor? 
Marcello Bronstein – Nessas crianças, o nanismo é harmônico. Elas são proporcionais, diferentes do anão acondroplásico, que tem tronco normal, mas membros curtos e arqueados. Neste caso, não há deficiência de hormônio de crescimento. O problema está nas cartilagens dos braços e das pernas.
Drauzio  Se prescrevermos hormônio do crescimento para um anão harmônico, menino ainda, seu desenvolvimento será normal? 
Marcello Bronstein – Dependerá da fase em que o diagnóstico for feito. Quanto mais cedo for, melhores serão os resultados.
Drauzio – Essas crianças nascem com tamanho normal?
Marcello Bronstein – Podem nascer ou não. Depende da causa que vai levar à deficiência na produção do GH. De qualquer modo, a alteração no crescimento pode ser percebida muito cedo. Os pais podem notá-la comparando o filho com as outras crianças e, obviamente, levando-o ao pediatra. Ele irá constatar que a velocidade do crescimento e a estatura da criança estão aquém do considerado normal para a população infantil na mesma faixa de idade.
Drauzio  Crianças com deficiência de GH devem ser tratadas por quanto tempo?
Marcello Bronstein – Depois que a engenharia genética tornou disponível o hormônio de crescimento recombinante, essas crianças são tratadas até fecharem as cartilagens de conjugação, o que se dá por volta dos 16 anos nos meninos e por volta dos 14, 15 nas meninas, ou são tratadas até atingirem uma estatura adequada. Na verdade, quando o GH era obtido em quantidades pequenas a partir da hipófise de cadáveres, em geral, as meninas recebiam o hormônio até os doze anos e os rapazes, até os treze.

DIAGNÓSTICO
Drauzio – Quando a criança não cresce é fácil diagnosticar a falta do hormônio do crescimento. Mais tarde, porém, esse conjunto tão variável de ações que ele desempenha no organismo deve dificultar o diagnóstico. 
Marcello Bronstein – A forma mais simples é fazer a dosagem do IGF-1, o representante do hormônio do crescimento. Como ele depende do GH para ser produzido, se o nível do IGF-1 estiver baixo, é sinal de falta do hormônio do crescimento e, se estiver elevado, de que ele existe em excesso.
Entretanto, a dosagem do IGF-1 permite fazer o diagnóstico apenas em 50% dos casos. Por isso, muitas vezes, precisamos provocar sua liberação no sangue através de um estímulo farmacológico para diagnosticar a deficiência do hormônio do crescimento.
Drauzio – Então, eu poderia dizer o seguinte: se o exame de sangue revelar que o IGF-1 está baixo ou alto, é possível fazer o diagnóstico de deficiência ou excesso de produção do hormônio do crescimento. Quando ele está normal e há a desconfiança de que haja alguma alteração, é necessário fazer outro teste.
Marcello Bronstein – Isso mesmo. Lembrando que a hipófise produz vários outros hormônios e que, normalmente, o GH é o primeiro a apresentar comprometimento na sua produção, quando existe um tumor ou um trauma, por exemplo. Mais tarde, surgirão também alterações na produção de outros hormônios, dado importante para complementar o diagnóstico.
Drauzio – Qual é o inconveniente do excesso de hormônio de crescimento no organismo?
Marcello Bronstein – Excesso de hormônio de crescimento provoca aumento da massa magra, ou seja, dos músculos, e diminuição da massa gordurosa. Esse aumento da musculatura, porém, acarreta um aumento de força/transitório.
Além disso, o excesso desse hormônio provoca deformações no corpo, tais como protusão da fronte, aumento do nariz e dos lábios, das mãos e dos pés. Os anéis ficam pequenos, e o indivíduo é obrigado a usar calçados dois ou três números maiores. Esse quadro é chamado de acromegalia (acro quer dizer extremidade e megalia, aumento).

APLICAÇÕES NA MEDICINA
Drauzio – Além da aplicação precisa do hormônio do crescimento para fazer crescer crianças com nanismo, existem outras baseadas na propriedade que ele tem de construir tecidos.
Marcello Bronstein – A possibilidade de o GH recombinante ser produzido em quantidade ilimitada, estimulou a realização de pesquisas que apontaram condições de uso ligadas ou não à deficiência em sua produção.
Nos últimos vinte anos, verificou-se que ele é fundamental não apenas para as crianças, mas para dar continuidade ao processo de construção do organismo dos adultos.
Adultos com deficiência desse hormônio adquirida, por exemplo, por trauma de crânio, cirurgia na hipófise ou por radiação, apresentam a síndrome da deficiência do GH, caracterizada não pela falta de crescimento, porque eles já atingiram a altura total, mas por uma somatória de outras características que podem orientar o diagnóstico. São eles: aumento da massa gordurosa e diminuição da massa magra, isto é, dos músculos, tendência à descalcificação dos ossos, aumento do colesterol e dos triglicérides, tendência à síndrome metabólica e consequentemente, intolerância à glicose e aparecimento de diabetes.
Drauzio  Você poderia lembrar o que é síndrome metabólica?
Marcello Bronstein – A síndrome metabólica ou síndrome X é caracterizada por hipertensão arterial, glicose discretamente aumentada no sangue, alterações nos níveis de triglicérides e de colesterol e acúmulo de gordura no abdômen.
A obesidade abdominal é característica importante da síndrome metabólica, em função da qual ocorrem alterações no metabolismo dos açúcares e das gorduras. O curioso é que doses altas do hormônio do crescimento aumentam o nível de glicose no sangue e a deficiência em sua produção pode levar à intolerância à glicose ou mesmo ao diabetes.

Alguns estudiosos do assunto – e eu acredito também nisso – defendem que o GH é fundamental para o bem-estar psicológico. Adultos com deficiência na sua produção têm o que se chama genericamente de diminuição de energia e apresentam tendência à depressão. Um estudo que fizemos a respeito da reposição desse hormônio em adultos com deficiência em sua produção deixou claro que ele ajuda a restaurar as proporções adequadas dos músculos e de gordura, melhora a calcificação dos ossos e nitidamente favorece o bem-estar psicológico em muitos deles.
Em vista disso, crianças com deficiência de GH na infância e que, na maior parte dos casos, vão continuar apresentando essa deficiência, devem retomar o tratamento, quando atingirem a adolescência e a idade adulta.
Drauzio – A variedade de ações fisiológicas e a maior disponibilidade pela produção do DNA recombinante fizeram com que o GH encontrasse muitas aplicações na medicina, além de fazer a criança crescer. Quais são as mais importantes?
Marcello Bronstein – Existe uma gama variada de boas indicações para o hormônio do crescimento. Atualmente, não no Brasil, mas em outros países, seu uso já foi aprovado para crianças com baixa estatura constitucional, ou seja, para crianças que não têm propriamente deficiência na produção do hormônio, mas que têm previsão de estatura final muito baixa, porque a ação do GH não é eficiente.

Sua indicação também pode ser útil na síndrome de Turner, uma doença cromossômica que leva não à deficiência do hormônio, mas à falta de crescimento; nos casos de insuficiência renal e em queimados com destruição importante de tecidos, porque o hormônio do crescimento é anabolizante. Ele pode beneficiar, também, portadores de HIV com AIDS já instalada e crianças com baixo peso ao nascer, ou seja, crianças pequenas para a idade gestacional.

ENVELHECIMENTO
Drauzio – Há alguns anos a imprensa leiga falou muito da aplicação do hormônio do crescimento na geriatria para retardar o envelhecimento. Existe fundamento científico para essa afirmação?
Marcello Bronstein – Sabe-se que a produção do hormônio do crescimento e do IGF-1 é reduzida com a idade. Em homens com mais de 60 anos, ela chega a ser quase nula.
Em 1990, foi publicado um trabalho no New England Journal of Medicine, conceituada revista médica, sobre um estudo realizado durante seis meses com homens normais acima de 60 anos, sem qualquer deficiência na produção de GH nem problema algum na hipófise. Esse estudo pioneiro revelou que houve aumento da massa muscular, diminuição da massa gordurosa e, em alguns casos, fortalecimento dos ossos. Infelizmente, capas de revistas conceituadas, como Life e Times, veicularam a ifeia de que o GH funcionava como a fonte da juventude tão procurada por Ponce de Leon. A partir daí, disseminou-se o uso seja do hormônio do crescimento, seja dos engodos que são vendidos nos balcões das farmácias americanas livremente. Na Internet, então, pode-se encontrar uma teia de produtos que dizem ter efeito similar ao do hormônio do crescimento.
Ora, tanto o uso abusivo do verdadeiro quanto dos falsos hormônios do crescimento são contra-indicados no envelhecimento, porque se sabe que as doses utilizadas para alcançar algum efeito podem provocar efeitos colaterais adversos, entre eles a acromegalia.
Drauzio  Mesmo em pessoas de mais idade?
Marcello Bronstein – Mesmo nas pessoas de mais idade, se a dose for generosa e doses pequenas podem não produzir resultado algum. Por outro lado, está claro e bem estabelecido que, embora possa aumentar a massa muscular, o GH não aumenta a força muscular mais do que aumentaria um bom exercício físico. Por isso, não é racional prescrever hormônio do crescimento para o idoso. Se ele tiver condições de locomover-se e exercitar-se ganhará muito mais fazendo exercícios e tendo boa alimentação.
Existe, porém, um subgrupo de idosos depauperados, catabólicos, que sofreram cirurgias grandes ou estão em cadeiras de rodas, que podem beneficiar-se do uso bem orientado e controlado do hormônio do crescimento.

USO NAS ACADEMIAS
Drauzio – O aumento da massa muscular produzido pelo hormônio do crescimento tem levado ao uso abusivo nas academias por gente interessada em ficar musculosa.
 Marcello Bronstein – Esse abuso não tem nenhuma razão de ser. Se para idosos em determinadas condições indica-se a reposição do hormônio do crescimento, para os atletas essa indicação não existe, a não ser nos casos raros de hipopituitarismo em que existe deficiência de GH.
Aliás, se um atleta ou uma pessoa jovem, normal, receberem uma quantidade fisiológica de hormônio de crescimento, a hipófise vai parar de produzi-lo, uma vez que ela funciona como um reostato de geladeira. Esfriou demais, o motor desliga e só volta a ligar quando a temperatura subir novamente. Assim, ao receber uma injeção de GH, o organismo dessas pessoas não reconhece se a substância foi produzida por ele mesmo ou se veio de fora e avisa a hipófise para suspender a produção.
Como se vê, não há vantagem alguma em tomar o hormônio. Há as desvantagens trazidas pelo custo da injeção e pelos efeitos indesejáveis.
Drauzio – Quando a pessoa para de tomar o hormônio, a hipófise volta a produzi-lo normalmente? 
Marcello Bronstein – Sempre. Não há razão para imaginar-se que não faça.
Drauzio – O problema maior é que esses jovens não se contentam com doses fisiológicas do hormônio.
Marcello Bronstein – Eles tomam doses suprafisiológicas, ou seja, muito acima da necessidade do organismo e desenvolvem acromegalia. Recentemente, atendi uma jovem bastante bonita que estava começando a apresentar traços faciais mais rudes, mãos e pés inchados depois de ter tomado hormônio do crescimento por indicação do seu personal trainer. A dosagem do IGF-1 revelou que havia excesso de GH em seu organismo. Ora, nível excessivo desse hormônio não só desfigura a fisionomia e aumenta as extremidades, mas leva com frequência ao diabetes, à hipertensão arterial. Também não está descartada sua participação em alguns tipos de câncer, por exemplo, no câncer de cólon. Se pensarmos no idoso, que está mais propenso ao câncer, o IGF-1, que é fator de proliferação de células, pode agravar esse processo.
Drauzio – Não se pode descartar que o excesso de hormônio de crescimento pode provocar a instalação de doenças crônicas, das quais as pessoas não se livrarão facilmente?
Marcello Bronstein – Pode provocar. Se parar de usá-lo, a pessoa pode melhorar, mas uma vez estabelecido o problema, as consequências serão sempre nefastas. Por isso, chamo a atenção para o fato absolutamente ilógico e irracional que está acontecendo nas academias e que precisa ser coibido com o máximo de energia.
Drauzio – Como os jovens ou seus personnal trainers conseguem o hormônio?
Marcello Bronstein – Essa é uma pergunta que não sei responder. O GH deveria ser vendido mediante a apresentação de receita médica, mas não sei se elas são exigidas em algum momento. Por isso, volto a alertar os jovens sobre o perigo que o hormônio do crescimento pode representar. Embora já tenha sido usado em competições internacionais (existe até um antidoping específico para ele) com o argumento de que pode aumentar a massa muscular a curto prazo, não está demonstrado que esse efeito se traduza em aumento da força muscular.
Drauzio – O problema é que a maioria dos meninos e meninas que toma esse hormônio não está interessada na força muscular e ,sim, na aparência física.
Marcello Bronstein – É verdade, mas eles precisam entender que da fase em que estarão bem moldados, bem sarados, podem evoluir para uma fase de deformação definitiva.
Drauzio – O aumento exagerado das extremidades regride quando o jovem para de tomar o hormônio?
Marcello Bronstein – Parcialmente. As partes moles tendem a voltar ao normal, mas como existe aumento também das cartilagens e dos ossos, muitas vezes, o usuário não volta à situação anterior de forma completa. Quando tratamos um acromegálico, seja por cirurgia, seja com medicamentos, há uma certa regressão do quadro. O sapato diminui de tamanho, o anel volta a entrar no dedo, embora fique um pouco apertado, porque a reversão do problema nunca é total.
OS RISCOS DOS ANABOLIZANTES
NAS MULHERES 
Irregularidade na menstruação, alargamento das cordas vocais, o que deixa a voz mais grave, aparecimento de muitos pelos, atrofia das mamas e hipertrofia do clitóris.

NOS HOMENS 
Aumento das mamas, atrofia dos testículos, comprometendo a produção de espermatozoides, hipertrofia da próstata, o que pode provocar câncer nessa glândula, e impotência.

EM AMBOS OS SEXOS 
Aumento da agressividade, flutuação de humor, depressão, paranoia, aumento do LDL, o colesterol ruim, e redução do HDL, o colesterol bom, hipertensão, acne, dores de cabeça, queda de cabelo, infarto, tumores no fígado e até mesmo risco de morte súbita.
Lembre-se então se quiser fazer uso de qualquer uma das substancias acima procure orientação de um profissional especialista no assunto para não colocar sua saúde em risco
PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Orientam nos exercícios mais adequados para você
PROFISSIONAIS DE NUTRIÇÃO
Orientam a organização de sua dieta (alimentos ou suplementos)
PROFISSIONAIS DE MEDICINA

Orientam o uso de algum medicamento
VENDEDORES DAS LOJAS
Não podem fazer orientações sobre o que você deve tomar